As pessoas portadoras de surdez sempre estiveram presentes na sociedade, porém com tratamentos diferenciados das demais pessoas. Em algumas situações foram até mesmo marginalizados pela sociedade, não sendo considerado como seres humanos e muito menos tendo algum direito. Com o passar do tempo, a visão e o tratamento para com essas pessoas foram sendo modificados e passaram a serem incluídas na sociedade. Mas uma inclusão meio que forjada, pois elas passaram a ser aceitas, mas não eram misturadas com essas pessoas. Tinham professores e/ou escolas separadas e específicas para elas e foram desenvolvidas várias formas de ensino, como o Oralismo, a Língua de Sinais, a Comunicação total e por último o Bilinguismo que vem até hoje tentando ser implantado e adaptado às escolas.
Mas dentre essas formas de ensino, a que mais prevalece e que tem contribuído para a inclusão de pessoas surdas na sociedade é a Língua de Sinais. Embora ela não seja totalmente eficiente, pois exige a adaptação de outras formas de comunicação (visual, gestual, et.) para que ela tenha melhor efeito, ela é a porta de entrada para os surdos diante da sociedade.
Há muitas leis que amparam e protegem as pessoas portadoras de necessidades especiais, a começar pelas leis nacionais, como a Constituição Federal e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, e a de âmbitos internacionais, como a Declaração dos Direitos Humanos e a Declaração de Salamanca, esta última trata especialmente e unicamente das pessoas portadoras de necessidades especiais, principalmente educacionais.
Os direitos são garantidos por leis, mas poucos são os que realmente são realizados e garantidos pelo governo. As escolas inclusivas existem, mas de uma maneira incorreta, pois elas apenas inserem esses alunos junto aos demais, na educação regular, mas não possuem os recursos e meios necessários, professores e profissionais especializados e qualificados, além da metodologia e o sistema de ensino não serem adequados à educação das crianças portadoras de necessidades especiais. Inúmeras polêmicas tem se formado em torno de escolas para pessoas com surdez. A escola inclusiva é um desafio, que para se efetivar faz-se necessário aceitar que os alunos com surdez têm direito ao acesso de conhecimento, à acessibilidade e ao atendimento educacional especializado.
Os surdos passaram por vários processos de definição, reconhecimento, estudos, aceitação e busca de métodos educacionais para os mesmos. Conhecer todo o processo histórico da inclusão dos surdos, a trajetória e os desafios vivenciados pelos mesmos é importante para entendermos que eles são iguais a todos os outros, temos os mesmo direitos e deveres que qualquer pessoa, porém, com suas limitações que devem ser aceitas e respeitadas.
Algumas conquistas já foram alcançadas, mas há ainda muito que fazer e muito que conseguir para que haja efetivamente a escola inclusiva, para que essas crianças recebam o suporte e o atendimento necessário que elas merecem e precisam ter. E para que ela realmente aconteça é preciso cobrar do governo os seus direitos que são garantidos por leis, incentivar as escolas a irem sempre a busca do melhor para essas crianças, de melhores recursos, de melhores qualificações. E mais ainda, devem-se incentivarem as pessoas a acabarem com o preconceito, com a discriminação com essas crianças. As pessoas, independentemente de suas necessidades, são iguais, possuem os mesmos direitos, inclusive o direito de viver em sociedade. Elas não devem ser privadas do convívio em sociedade, pois é a partir desse convívio que ela irá se desenvolver fisicamente, psicologicamente, intelectualmente e socialmente. Do mais, não adianta ter inúmeras leis em relação às pessoas portadoras de necessidades, se não forem colocadas realmente em prática, se não forem realmente garantidos os direitos dessas pessoas.
Este texto é parte de uma artigo escrito por mim, intitulado "A BUSCA PELOS DIREITOS DE PESSOAS COM SURDEZ NA ESCOLA COMUM ATRAVÉS DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA"